Elza Lucchesi apresenta Elisa e Marcela, film de Isabel Coixet
Nova produção da Netflix, foca na relação das duas jovens mulheres que se apaixonaram em 1901 e passaram suas vidas lutando para conquistar direitos básicos enquanto fugiam das perseguições.
Desde o início, a ambientação do longa é toda construída em torno da força do patriarcalismo e da religião da época.
As duas mulheres são perseguidas como se fossem criminosas e suas vidas, além de se tornarem públicas, viram um completo caos.
Homofobia, costumes antiquados e preconceito velado e explícito são discutidos nesse filme, dirigido por Isabel Coixet, uma das mais importantes cineastas espanholas da atualidade.
As atrizes Natalia de Molina como Elisa, e Greta Fernández como Marcela, roubam a cena desde os primeiros minutos do longa, construindo uma tensão sexual e emocional que se expressa em pequenos olhares e gestos e nos aproxima do sentimento vivido pelas personagens.
As cenas de sexo são claramente construídas aqui para serem poéticas e expressar a pureza de um relacionamento afetivo sincero.
O figurino é bem adequado para a época, gerando uma boa caracterização junto ao cenário para a Espanha de 1901.
É nessa saga de amor, desobediência, coragem e busca por liberdade que se baseia o filme de Isabel Coixet (diretora do também ótimo A Livraria).
Com fotografia linda, todo filmado em preto e branco o longa imortaliza essas duas mulheres icônicas agora no cinema, recuperando suas histórias desde que se conheceram até um possível desfecho na Argentina.
As duas jovens ficaram famosas em 1901 pela ousadia e coragem de escolherem viver esse amor escandaloso e imoral num país que só aprovaria o casamento homoafetivo em 2005.
Aqui fica a dica!
Vale a pena conferir!