Um complicado triangulo amoroso entre três rivais
Desta vez a crítica literária, Loretta Kies, vai nos contar sobre o romance que levou o prêmio de Livro do ano “Euforia” da escritora Lily King
Nesses momentos em que continuamos confinados nas nossas casas, a imaginação é a nossa mais preciosa aliada, e nada melhor que o livro certo para estimular a imaginação.
“Euforia”, da escritora Lily King, nos leva até as selvas inexploradas da Nova Guiné, onde três jovem e ambiciosos antropólogos se encontram para estudar ad populações indígenas ao longo do Sepik River, em 1932.
Inspirado num evento real na vida da famosa antropóloga Margaret Mead, do seus então marido Reo Fortune, e do antropólogo Gregory Bateson, o futuro terceiro marido, “Euforia” combina um complicado triângulo amoroso com fatos e dados etnográficos de três rivais trabalhando para o desenvolvimento e o reconhecimento da Antropologia como nova ciência social, nas primeiras décadas de 1900.
Totalmente imersos no estudo do dia a dia das tribos indígenas, os nossos 3 personagens desenvolvem uma mútua atração tão intelectual quanto erótica.
A obsessão desse intenso e visceral triângulo amoroso é o que alimenta neles o apetite insaciável pelas novas e fascinantes descobertas, resultado da observação de tradições totalmente diferentes da nossa cultura ocidental. Conceitos fundamentais na história da Antropologia como a “relatividade cultural” e a “teoria dos quadrados “, são desenvolvidos ali mesmo em um paroxismo que mistura exaltação intelectual, atração erotica, competição de egos, e momentos da “ mais pura e efêmera euforia”… até o desfecho dramático e extraordinário.
O livro é o ponto de partida para os que queiram saber mais sobre os fatos reais
que inspiraram a escritora e a sua fascinação com a antropologia, para os que se perguntam: será’ que tudo isso aconteceu mesmo na vida real?
Fascinante e sensual, cheio de imagens surpreendentes,
“Euforia” é um estimulante tour-de-force intelectual. Uma pequena joia.
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